Dia 30 (Fim da batalha!)

A luz do dia trouxe a paisagem que tanto esperávamos ver. Portugal no seu melhor! Um dia lindo de Verão, um cheirinho a Portugal, e o acordar com os microfones a dizerem: Estimados passageiros...Estávamos em casa! Olha o caramelo, quem quer caramelos ou rebuçadinhos? Mais um negócio manhoso, em que a simpatia portuguesa se revelou. Eu não tinha dinheiro para um pacote inteiro de rebuçados, mas a senhora foi realmente uma jóia e vendeu-nos a preço do único euro que restava na carteira! Foi um pequeno-almoço e tanto! Estávamos em Vilar Formoso! O caminho até Coimbra foi passado mais uma vez na troca de experências em que cada um puxava para seu lado nas histórias que tinha para contar.
Nem parecia o mesmo SUD-Express do início da viagem. Os anos de história deste comboio(1887 Inauguração do “Sud- Express”- comboio de luxo, com carruagens cama e restaurante, primeira ligação rápida entre Inglaterra, França, Espanha e Portugal. in site da CP) deixam transparecer que já lá correram muitas histórias! A nossa é agora também uma delas!
Coimbra-Porto estávamos estouradíssimos e só pensávamos em feijoada (claro que eu não!). A chegada foi... cansativa... o Miguel teimou que tinha que vir de comboio para Amarante, apesar de ter lá a família toda à espera! Nem tivemos força para matar saudades. Tinha acabado e estávamos em recuperação psicológica de tudo. Foi um mês como nunca tinhamos tido e como com certeza nunca íamos voltar a ter (tudo o que é bom sempre acaba...)

1 comentário:

Anónimo disse...

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(...)

12:25 -

E Pronto. Acabou.
Estou neste momento sozinho na automotôra para Amarante enquanto que elas foram de carro, o Manuel ficou no Porto e o Pedro saiu em Vila Meã.
Que raio de mês maluco. Quando penso no que passamos e o que deixamos para trás dá-me um nó no estômago e fico com um sentimento de nostalgia. Correcção: que deixamos para trás não. Como diria o Pedro Brochado, o que levamos connosco. E não é pouco. É muita coisa. Muito mais do que eu escrevi aqui. Era preciso não um simples diário, mas um livro com 100000000 páginas para decrever o mês todo.

Já consigo sentir o sabor da feijoada na boca. Daqui a 5 minutos saio pela última vez de um comboio do interRail. Momento solene. Sou o último a acabar. Não me arrependo de um único segundo.

Estou agora a lembrar-me da cara dos chineses quando me viram a entrar no comboio para Vienna, com um ar de desprezo pelo meu estado físico e da forma como isso me agradou.

Porque eles não imaginam. Nunca saberão. Nem ninguém alguma vez saberá. Mesmo. Mas como diria alguém: "That´s what it's all about, really. And I loved it!!"

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- in "Caderno Indiana Jones" :)